A estratégia de investimento que manteve os Colonna ricos por 800 anos

Se as últimas crises mundiais já levaram muitos milionários à falência, imagine a dificuldade de manter uma fortuna durante todas as crises financeiras e guerras travadas desde a idade média?

Esse feito único (e notável!) pertence a família italiana Colonna, rica desde o século 13.

Entre os inúmeros desafios superados por essa família para manter sua riqueza, por mais de 800 anos, podemos destacar:

  • Invasões francesas e espanholas na Itália
  • Diversas guerras e conflitos entre os estados Italianos
  • Surto de Peste Negra
  • Guerras Napoleônicas
  • Guerra dos 30 anos
  • Unificação Italiana
  • Primeira Guerra Mundial
  • Crise de 1929
  • Fascismo
  • Segunda Guerra Mundial
  • Mudanças de moeda e sistema monetário
  • Crises inflacionárias
  • 1º e 2º choques do petróleo
  • Crise de 2008

Com certeza você conhece casos de pessoas que ficaram ricas por acaso, mas manter uma riqueza ao longo de 800 anos, enfrentando todos os infortúnios listados acima, não é algo que acontece por sorte. É preciso ter estratégia!

E este é justamente o assunto chave deste artigo. Neste post vou explicar:

  1. Qual a estratégia usada pelos Colonna
  2. De que modo ela funciona
  3. Porque utilizá-la nos seus investimentos
  4. Como utilizá-la para criar uma carteira à prova de crises

Que tal fazer da sua família o equivalente tupiniquim dos Colonna? Leia este artigo e veja que isso pode ser mais simples do que parece.

Qual a estratégia dos Colonna?

Os Colonna, mesmo sem saber (no século 13 ainda não chamavam essa estratégia pelo nome atual), usavam a Alocação de Ativos para garantir que sua riqueza se mantivesse intacta, e até crescesse , por pior que a situação estivesse.

Citando o exemplo dado pelo economista Jim Rickards, autor do livro A Grande Queda, os Colonna se mantiveram ricos por tanto tempo porque diversificaram a alocação de sua fortuna:

Um terço em metais preciosos, um terço em terras e um terço em obras de arte. Quando o perigo estivesse próximo era só cortar a tela da parede e embrulhá-la, pegar sua algibeira com ouro e correr com seu cavalo para um local seguro. Com a situação voltando a normalidade, era hora de voltar, reclamar as terras e colocar as obras de arte novamente na parede.”

O que é a Alocação de Ativos?

Explicando de maneira sucinta, a Alocação de Ativos é uma estratégia de investimentos antiga e pouco divulgada no Brasil, que tem como objetivo equilibrar a relação risco x retorno de uma carteira de investimentos.

Isso é feito através da diversificação em diferentes aplicações financeiras que não costumam caminhar de maneira similar (não sobem nem caem juntas de valor).

De que modo a Alocação de Ativos funciona?

Sabe aquele ditado antigo que manda não colocar todos os ovos na mesma cesta?

Pois é, ele está correto!

Diversificação é a palavra chave da Alocação de Ativos. Investindo em diversos ativos você diminui o impacto do resultado negativo de um único investimento na carteira.

Harry Markowitz, pai da moderna teoria dos portfólios, já explicava em 1950 como o risco de uma carteira é menor do que a soma dos riscos individuais de cada ativo. Difícil entender na teoria? Não se preocupe, é fácil de aplicar na prática.

Basta analisar que se você tiver uma perda significativa em um investimento mal feito (perdeu 10% do valor investindo em ações) está não irá te afetar tanto, já que existem outros investimentos na sua carteira capazes de amortecer este impacto negativo.

Dessa maneira, sua rentabilidade não fica comprometida como um todo.

Porque utilizar a Alocação de Ativos no seus investimentos?

Estudos comprovam que 90% do retorno de uma carteira de investimentos está atrelado à sua alocação de ativos. Apenas os outros 10% corresponde a escolha do ativo, momento da compra e diversos.

Somente esse primeiro aspecto, aliado ao exemplo da antiga família italiana, já seria motivo suficiente para utilizar essa estratégia, mas para facilitar o entendimento, fiz uma lista abaixo com outros ótimos motivos para utilizar a Alocação de Ativos em seus investimentos:

  1. Minimizar o risco de uma carteira de investimentos sem, no entanto, minimizar o retorno;
  2. Ser uma ideia simples, de fácil aplicação e ideal para alcançar excelentes resultados;
  3. Apresentar menos custos, menos stress e, principalmente, mais tempo fora do mercado;
  4. Desenvolver atributos essências do investidor de sucesso;
  5. Permitir um planejamento seguro com foco no longo prazo.

Como fazer uma boa Alocação de ativos e criar uma carteira a prova de crises?

Chegamos na cereja do bolo!

Na época em que os Colonna iniciaram sua fortuna, as opções de investimento eram bem limitadas. Felizmente, hoje em dia temos inúmeras opções a nossa escolha.

Para simplificar essa parte da explicação, vou usar uma analogia criada pelo Henrique Carvalho, autor do Ebook Alocação de Ativos, comparando a montagem da carteira de investimentos com a seleção de atletas de uma equipe de futebol (fica simples de entender mesmo que você não goste de futebol).

Quando um técnico monta seu time, ele deve se preocupar com 3 setores essenciais: defesa, meio-campo e ataque.

Na hora de montar sua carteira de investimentos não é diferente.

Você precisa fazer sua alocação em investimentos mais seguros (defesa), em ativos moderados que apresentam mais retorno e menos segurança (meio-campo) e deve ter também aqueles investimentos mais arrojados capazes de proporcionar um retorno acima da média (ataque).

Veja abaixo as características dos ativos disponíveis para cada posição:

Renda Fixa (defesa)

  • Opções: LCI, LCATesouro Direto
  • Maior segurança
  • Retorno razoável dado as altas taxas de juros no Brasil
  • Possibilidade de se proteger da inflação: via Tesouro IPCA  e Tesouro Selic (juros tendem a subir quando inflação sobe)

Fundos Imobiliários (meio campo)

  • Opções: Mais de 100 Fundos Imobiliários listados na BMFBovespa
  • Geração de renda (rendimentos mensais isentos de IR)
  • Ideal é diversificar em, no mínimo, 5 fundos imobiliários

Renda Variável (ataque)

  • Opções: Ações, Fundos de Índice, câmbio, bitcoins e ouro
  • Alto retorno (e alto risco)
  • Possibilidade de investir em Fundos de Índice (ETF) para baratear os custos e obter retorno muito próximo do mercado. Ex: BOVA11, fundo de índice que acompanha o Ibovespa.
  • Procure não concentrar grandes investimentos em poucas opções.

Assim como existem técnicos retranqueiros, treinadores que equilibram bem o time e outros que preferem um jogo mais ofensivo, o mesmo acontece com os investidores.

Existem os conservadores, moderados e agressivos.

Dependendo do seu perfil, aloque seus recursos de diferentes formas de modo a arriscar mais (sujeito a maiores ganhos e perdas) ou menos (mais seguro, mas com menos chance de grandes resultados).

Como sugestão, mostro abaixo possíveis alocações de ativos de acordo com cada perfil:

Investidor conservador

Renda Fixa 70%
Fundos Imobiliários 20%
Renda Variável 10%

Investidor moderado

Renda Fixa 50%
Fundos Imobiliários 30%
Renda Variável 20%

Investidor agressivo

Renda Fixa 30%
Fundos Imobiliários 40%
Renda Variável 30%

Lembrando que isso é apenas uma sugestão geral de alocação. Dentro de cada classe o investidor deve diversificar escolhendo o que mais lhe agrada de acordo com seu perfil.

O que não escolher para entrar no seu time?

Tão importante quanto mostrar boas opções de investimento é lembrar-lhe daquelas que são ruins para o seu bolso.

Algumas opções que você não deve considerar como investimentos são os títulos de capitalização (bons apenas para o banco), poupança (somente deve usar no curto prazo) e fundos de investimento com altas taxas de administração.

Gerindo a carteira

Após definir seu perfil e alocar seus ativos de acordo com suas escolhas, resta apenas escolher um intervalo de tempo regular para gerir sua carteira.

Este intervalo pode ser semanal, mensal, trimestral… o critério é seu.

Lembre-se que carteiras mais agressivas devem ser geridas de maneira mais ativa, com períodos de tempo menores. Carteiras mais conservadoras podem permanecer longos períodos sem passar por revisões.

Ao revisar sua carteira, você deve analisar se não é interessante trocar ativos que não atendem mais suas expectativas, incluir outros que sejam atraentes para seus planos e realocar seus investimentos de maneira a continuar seguindo os preceitos originais da sua alocação de ativos.

Conclusão

Chegamos ao final do artigo.

Espero ter sido capaz de passar adiante parte dos ensinamentos dessa estratégia de investimentos altamente eficaz (que o digam os Colonna!).

Para quem quiser aprender mais sobre o assunto, recomendo o livro Alocação de Ativos, onde o economista e educador financeiro Henrique Carvalho ensina como investir com segurança e rentabilidade usando os preceitos da Alocação de Ativos.

Além do livro (que é o melhor livro em português sobre o assunto!), há diversos bônus interessantes que acompanham a oferta. Se estiver interessado em conhecer o livro e obter uma amostra grátis de parte do seu conteúdo, clique no link abaixo:

Ebook Alocação de Ativos

Lembrando que por sermos um país jovem, ainda não temos um equivalente a família Colonna em nossa história. Sua família ainda pode ser a primeira.

Grande abraço e até a próxima!

Gostou do artigo? Deixe um comentário abaixo e prometo que responderei o mais rápido possível.

Cadastre seu email para ficar por dentro desta novidade (grátis)!