A verdade sobre porque os ganhadores da loteria voltam a ficar pobres

Já pensou o que você faria caso ganhasse R$ 30.000.000 na Mega Sena?

A resposta que a maioria da população costuma dar a essa questão é: largaria meu emprego e viveria de renda.

Uma excelente escolha, e totalmente factível. A quantia de R$ 30.000.000 renderia aproximadamente R$ 174.000 mensais se fosse aplicada na poupança.

Caso o ganhador da loteria tivesse um pouco mais de conhecimento e aplicasse o dinheiro em uma LCI ou LCA com juros anuais de 10%, o rendimento seria de impressionantes R$ 3.000.000 ao ano (logicamente, o ideal seria diversificar um pouco os investimentos, mas este é assunto para outro artigo).

A questão chave deste artigo é que o prêmio da loteria poderia sustentar o ganhador e gerações de sua família, se fosse usado de maneira inteligente.

Porém, se utilizado de modo errado e sem controle, o dinheiro poderia acabar bem antes do que muitos pensam.

Segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos, cerca de um terço dos ganhadores de loteria vão à falência alguns anos depois de receber os primeiros milhões.

Esse não é um fenômeno exclusivo dos americanos, aqui no Brasil temos vários casos semelhantes de pessoas que receberam grandes somas e voltaram a sua condição financeira anterior ao prêmio em questão de poucos anos.

Veja abaixo 5 casos memoráveis de pessoas que perderam patrimônios milionários devido a falta de gestão e inteligência financeira.

1º caso: Antônio Domingos

O título deste artigo quase foi “Como perder 30 milhões em cinco anos” em homenagem ao feito de Antônio Domingos.

Na época que ganhou na loteria, em 1983, Antônio tinha apenas 19 anos. Quando pegou o prêmio não teve dúvida, começou a viver a vida de seus sonhos.

Entre as extravagâncias realizadas com o montante ganho, estavam morar na suíte presidencial de um dos melhores hotéis de Salvador, adquirir 18 caros 0 Km, não lavar roupa (para ele eram bens descartáveis) e gastar grandes somas, quase que diariamente, em festas, bebida e mulheres.

A riqueza do baiano durou 5 anos, com o fim do dinheiro a vida de luxo recheada de festas e mulheres teve fim. Hoje ele vive num puxadinho em construção no terreno da casa de sua mãe, não tem carro, trabalha como garçom e faz bicos de pedreiro para ganhar uma renda extra.

Perguntado sobre seus arrependimentos, respondeu que o maior de todos foi o fato de não ter comprado uma casa melhor para sua mãe quando tinha condições.

No youtube há um vídeo sobre a história de Antônio Domingos, para ver clique aqui.

2º caso: Jorginho Guinle

Jorginho não ganhou em nenhum tipo de loteria federal, sua sorte se deu na chamada loteria biológica, nascendo em uma família rica.

A família Guinle se destacou por receber a primeira concessão para operar o porto de Santos, o maior da América Latina. Também foram responsáveis pela construção do hotel de luxo Copacabana Palace e do palácio do governo, ambos situados no Rio de Janeiro.

Herdeiro de uma grande fortuna, Jorginho resolveu aproveitar a vida sem se preocupar com dinheiro. Ao invés de administrar o patrimônio milionário, o mesmo gastava seu tempo saindo com celebridades, dirigindo carros de luxo e frequentando as grandes festas da alta sociedade. Com a falta de planejamento, o playboy dilapidou seus bens ao longo dos anos.

Aos 85 anos, na pobreza após gastar toda sua fortuna, Jorginho Guinle teve de trabalhar como guia turístico para poder se manter. Aos 88 anos ele veio a falecer.

3º caso: Evelyn Adams

A americana Evelyn Adams desafiou as probabilidades ao ganhar o prêmio máximo da loteria de New Jersey duas vezes, nos anos de 1985 e 1986. Cabe ressaltar que a chance de que isso aconteça é de uma em 17 trilhões.

A soma dos prêmios seria o suficiente para proporcionar uma vida tranquila para a maioria das pessoas, mas não para Evelyn. A americana gastou boa parte dos US$ 5.400.000 ganhos no seu vício por jogos de azar.

Hoje a ex-milionária mora em um trailer e vive uma vida modesta sem dinheiro e com pouco conforto.

4º caso: Michael Carroll

Em novembro de 2002, o então lixeiro Michael Carroll ganhou um prêmio de 9,7 milhões de libras (o equivalente a R$ 29.100.000) na loteria inglesa.

Devido ao seu histórico de problemas com a lei, Michael foi apelidado de “grosseirão da loto” pela imprensa local. Na data do recebimento do prêmio, Carroll ainda era monitorado pela justiça através de uma etiqueta eletrônica, devido a condenações por desordem e bebedeira.

Atualmente, Carroll colocou a casa de 6 quartos que comprou com o dinheiro do prêmio à venda e quer voltar para seu antigo emprego de lixeiro para poder sustentar suas 2 filhas.

Segundo o inglês, ele fez com o dinheiro o que qualquer jovem de 19 anos faria: gastou tudo!

Boa parte do prêmio ganho foi usada para sustentar o vício em cocaína, onde Michael afirmou ter gastado 1,2 milhões de libras (cerca de R$ 3.600.000).

Entre os outros destinos dados ao prêmio estão às festas regadas a álcool, prostitutas de luxo (até 4 por noite) e uma doação generosa de 1 milhão de libras (R$ 3.000.000) para o time de futebol do qual é torcedor, os Rangers.

5º caso: Antônio Donizeti

Antônio Donizeti achou que sua vida iria mudar para melhor quando acertou na loteria em julho de 1977 e ganhou a quantia de 16,1 milhões de cruzeiros (R$ 6.300.000).

Com todo esse dinheiro o agricultor pensou que não precisava se preocupar com a maneira como iria gastar. Segundo o mesmo, o prêmio iria durar sua vida toda.

Antônio estava errado, o montante foi consumido em apenas 3 anos, boa parte em empréstimos feitos a amigos e familiares que nunca o pagaram.

O agricultor se lembra com saudades da época em que recebia cartas de mulheres de todo o Brasil interessadas em se casar com ele. Fato este que ficou no passado, junto com seus milhões perdidos.

Hoje, Antônio Donizeti vive da pequena renda conseguida com seu sítio em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres de Minas Gerais.

Conclusão

Os casos expostos acima mostram que as pessoas só conseguem lidar com a quantidade de dinheiro para a qual estão preparadas. Se um indivíduo despreparado ganha uma grande soma, ela tende a desperdiçar e perder esses recursos, até que sobre apenas a quantia com a qual ela se sente confortável e preparado para administrar.

Esse é a resposta de porque um terço dos ganhadores da loteria voltam a ficar pobres.

Um tolo e seu dinheiro logo se separam (James Howell – Historiador Gâles)”

Por isso a educação financeira é importante e deveria ser ensinada nas escolas. Pense em quantos brasileiros obtém lucro com seus negócios ou atividades profissionais, ganham bem e mesmo assim vivem endividados. Com certeza você conhece pelo menos uma pessoa nesta situação.

Investimento em educação financeira

O investimento em conhecimento é o melhor que existe, como já citei em outros artigos, com apenas algumas dezenas de reais é possível comprar cursos e livros que poderão fazer com que você ganhe milhares de reais durante toda vida.

A real medida de sua riqueza é quanto você valeria se perdesse todo o seu dinheiro”

Invista em educação financeira para você e sua família. Leia, estude, aprenda, coloque em prática e depois ensine. Se os ganhadores da loteria que ficaram pobres tivessem estudado sobre dinheiro, com certeza teriam mantido suas fortunas por mais tempo e possivelmente aumentado o tamanho das mesmas.

Para quem quiser aprender mais sobre onde e como investir seu capital, recomendo o Ebook Alocação de Ativos, do consultor financeiro Henrique Carvalho.

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