Como se proteger da inflação em 2016

Na última quarta-feira (dia 20 de Janeiro) o Copom – Comitê de Política Monetária decidiu, por 6 votos a 2, manter a taxa SELIC inalterada no patamar de 14,25% ao ano, valor que se apresenta desde julho do ano passado.

Essa decisão polêmica foi surpresa para muitos analistas que esperavam aumento de até 0,5% nesta reunião e um ciclo de alta dos juros que poderia fazer a taxa SELIC chegar a 16% ainda neste ano.

Porém, o que julgo mais impactante nesta notícia não é a manutenção da taxa em si, mas sim a maneira como o processo de decisão foi conduzido.

Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central e autoridade responsável pelos rumos da política monetária brasileira, já havia sinalizado repetidas vezes ao mercado que haveria um aumento da taxa SELIC, fruto de sua preocupação com a inflação de dois dígitos que assolou o país no ano passado.

A mudança brusca de pensamento deste economista parece ter surgido após uma reunião “secreta” (a mesma não estava prevista em sua agenda) com a presidente Dilma, dias antes da polêmica decisão do Copom.

Com isso, chega-se a conclusão de que Dilma, além de exercer controle sobre Nelson Barbosa (Ministro da Fazenda), também exerce controle sobre a política monetária brasileira, até então tida como independente.

E o que você tem a ver com isso?

Antes de responder, veja algumas informações interessantes:

  • A meta oficial para a inflação em 2016 é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo
  • As estimativas para a inflação já estão em 7% ao ano, 0,5% acima do teto da meta, e isso porque ainda estamos na 3º semana do ano (restam mais 49 semanas)
  • Nosso Ministro da Fazenda, que se diz preocupado com a inflação, quer aumentar o crédito através dos bancos públicos, aumentando a oferta monetária e consequentemente a inflação
  • Nosso Presidente do Banco Central, que também se diz preocupado com a inflação, abriu mão de sua única arma para contê-la, o aumento dos juros
  • O mundo desconfia do Brasil e por isso retira investimentos daqui, elevando a cotação do dólar, o que também eleva a inflação

Levando os fatores acima em consideração, fica difícil acreditar no comprometimento do governo com a meta, ou mesmo com o teto da meta, da inflação.

E é nesse ponto que você entra na história. Em 2016 é muito importante que você faça uma alocação de seus investimentos se preparando para uma inflação alta, talvez até maior do que a do ano anterior.

Onde investir para se proteger da inflação?

Nesse ponto vou lhe mostrar o que eu estou fazendo para me proteger da inflação.

Cabe frisar que o conteúdo abaixo diz respeito ao que eu estou fazendo e que qualquer decisão tomada por você após ler este artigo é de sua única e inteira responsabilidade.

Dentro da minha alocação de ativos, busquei priorizar investimentos que sejam corrigidos pela inflação ou que tenham crescimento não atrelado a economia brasileira, estes são:

  • Tesouro IPCA
  • Dólar
  • Bitcoin

Abaixo mostro porque a escolha de cada um deles:

Tesouro IPCA

Grande parte dos meus investimentos estão neste tipo de título que oferece o rendimento auferido pela inflação do período acrescido de um prêmio de uma taxa de juros (inflação + uma taxa que gira em torno de 6,5% ao ano no momento que escrevo este artigo).

A grande vantagem deste título é o fato de oferecer uma rentabilidade real independente de quanto a inflação suba. Dentro dos vários prazos e condições, dei prioridade ao título sem cupons semestrais e com vencimento em 2019. Já que minha confiança na capacidade de pagamento de dívidas de longo prazo pelo governo não está nos níveis mais altos.

Cabe lembrar que pretendo levar este título até o seu vencimento. Se meus planos fossem usar este dinheiro antes de 2019, provavelmente investiria no Tesouro Selic (rendimento segue o valor da taxa SELIC do período) para não correr o risco de desvalorização do título no momento em que fosse necessário resgatá-lo.

Para saber mais sobre tesouro direto e os diversos tipos de títulos, veja as informações deste link.

Dólar

Embora  acredite que outra valorização de quase 50% como a do ano passado seja difícil, mantenho parte dos recursos nessa moeda forte com objetivo principal de proteger meu capital.

Tenho uma vantagem na acumulação desta moeda devido as atividades de trader esportivo e dos pagamentos do Google Adsense, ambos feitos em dólar.

Caso você tenha interesse em fazer uma reserva em dólares, mais prefira não contar com a insegurança de guardá-los embaixo do colchão, aconselho o uso do banco virtual Neteller.

Saiba mais sobre isto neste artigo.

Bitcoin

Acredito que esta moeda digital tenha muito a lucrar com os tempos de crise atuais e por isso tenho alocado recursos na mesma sempre que sua cotação baixa além do normal.

Por ser independente de governos e não regulada por bancos centrais, o Bitcoin tem seu preço alterado unicamente pela lei de oferta e procura. Como a tendência de uso da  moeda é cada vez maior, acredito que estamos diante de um cenário de alta interessante.

Devido ao caráter altamente especulativo do Bitcoin, evito deixar muito dinheiro alocado, trocando meus Bitcoins por dólares sempre que julgo que o montante e a cotação estão favoráveis.

Lembrando que muitas vezes não preciso comprar Bitcoins, visto que consigo obtê-los de graça a cada semana. Caso queira saber mais sobre isso, aconselho os seguintes artigos:

Conclusão

Evidentemente, existem outras formas de se proteger da crise, mas escolhi essas pela facilidade (faço tudo do computador) e pela segurança (não tenho que ficar guardando dinheiro embaixo da cama, preocupado com as barras de ouro que estão no armário enquanto estou fora de casa ou verificando a tela do computador atrás de mudanças de cotação diariamente).

Aconselho fortemente que acesse os vários links indicados e aprenda mais sobre cada assunto antes de decidir em quais investimentos vai colocar seu dinheiro suado.

Como já disse, isso é o que eu estou fazendo com o objetivo principal de proteção do meu capital. Dando certo ou não, prometo postar aqui.

Espero que tenha gostado do artigo.

Abraço e até o próxima!

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